Rede (2021)

“Um mundo onde a interação do utilizador mediano é, em essência, a de uma existência simulada em uma rede de interações constantes com outros utilizadores, onde há um ser digital que é preceptivamente semelhante mas distintivamente diferente do ser real e que, cada vez mais, parece ser elevado a uma ordem superior.”

(Sinopse da exposição, 2021)

A exibição “Rede” consistiu em dois conjuntos de fotografias, ambos realizados em excursões pelos arredores rurais da Área Metropolitana de Lisboa, dentro das freguesias de Sintra e Mafra. O primeiro conjunto segue uma linha de postes elétricos na Estrada Nacional 9, perto dos excertos de Cheleiros e Igreja Nova, enquanto o segundo tem como objeto o Centro Operacional de Satélites do Continente, situado na localidade de Alfouvar. Os registros foram capturados com o uso de uma Lumix DMC-G80M, alternando-se entre uma objetiva G Vario de 14-42mm (f/3.5-5.6) e outra objetiva G Vario de 45-150mm (f/4.0-5.6) durante o processo. Após o levantamento, as imagens foram editadas digitalmente, utilizando uma combinação de GIMP e Paint.NET para alcançar a palete de cores roxa e laranja.

Os dois conjuntos são impressos em papel matte de 150g e dispostos em uma sala, frente a frente. O primeiro conjunto é unido por 22 fios, reciclados de aparelhos eletrónicos descartados, simbolizando as conexões dentro da rede – todos partindo de algum dos cabos presentes em cada dada fotografia, a maioria unindo-se com outros cabos em outras fotografias e alguns simplesmente sendo conexões sem sucesso que desaparecem pelas bordas das mesmas. O segundo conjunto, um grupo de antenas dispostas no horizonte e ampliadas para maior detalhe, revela o outro aspeto da rede: a centralização monolítica, onde os provedores de serviço mantêm a rede e observam-na, distantes mas próximos.

A exposição foi exibida no espaço CoCasa, perto da Praça Luís de Camões em Lisboa, desde 14 de Dezembro de 2021 até ao fim do ano.

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